1.11.16

Gente Zen também é Gente



E toda vez que sinto raiva recebo aquele olhar de espanto e a fala de reprovação: "Mas você é professora de yoga!" "Nossa, achei que você era calma, faz meditação todo dia..." "Mas você não é Zen?!"

Aghrrrr! Daí eu perco a paciência de vez!

Serumaninhos lindos e queridos, gente zen também é gente: tem sentimentos - todos eles. Professor e praticante de yoga, meditação, tai chi e afins também sente raiva, sente frustração, sente ódio, reage de forma explosiva como qualquer ser humano. Até Jesus, filho de Deus, super-homem, teve uma crise de raiva no templo; e Buddha, um iluminado mestre... tem até uma estátua do "buda bravo". Arcanjo Miguel, líder dos arcanjos, é um guerreiro que destrói e aniquila todo mal, mata demônios. E não faz isso com beijinhos de amor... é preciso agressividade.

Nem os Deuses escapam. Shiva, um deus hindu, fica irado e age agressivamente várias vezes: ele chegou a arrancar a cabeça de seu próprio filho Ganesha sem motivo aparente (depois teve que encontrar uma nova cabeça pra ele, de onde vem a cabeça de elefante). E o Grande Jeovah, Deus do povo de Abraão, que, em ira pelo que os homens tinham feito, destruiu a humanidade várias vezes... fogo dos céus, dilúvio...  Posto isso, entendemos que até mesmo os seres perfeitos sentem emoções negativas. Sentimentos são parte da vida. Não há nada de errado sentir emoções negativas.

Praticar técnicas de relaxamento, autocontrole e autocohecimento não nos torna seres perfeitos: torna-nos mais conscientes. 

Com a meditação aprendi a me conhecer, a entender o que sinto, conhecer meu corpo e mente. Com o yoga aprendi a controlar meu corpo e mente, aprendi a respirar, equilibrar e arriscar o novo. Com o Reiki aprendi a doar e receber. Com os anjos aprendo a me conectar com o sagrado, e servir de canal conector também para os outros. 

O caminho do autoconhecimento é um caminho difícil, solitário, de muitas descobertas e coragem. É preciso muita coragem pra se analisar, se julgar, lidar com o julgamento do outro, e ter a maturidade de reconhecer que erra, que tem defeitos, que tem sombras. O caminho do autoconhecimento nos leva à aceitação da sombra. Sim, porque todos temos erros e defeitos, e devemos estar cientes e aceitar isso, sem culpa, sem achar que é uma pessoa ruim porque está tentando ser Zen e ainda erra, ainda sente um caminhão de coisas ruins. 


Ser Zen é acima de tudo enxergar seus defeitos, erros e sombra, e aceitá-los - amá-los. Eu sou isto, e sou perfeito assim como sou. Tudo está como tem que ser, para o bem maior de todos no Universo.  

 Isso não nos dá o direito de sair passando por cima dos outros como um trator, sem responsabilidade para com seus próprios atos. Ao contrário, nos faz ser mais amorosos e compassivos, aumentando nossa inteligência emocional, e nos fazendo reparar nossos erros. Como disse Jung 'conhecer a sua própria escuridão é o melhor método para lidar com a escuridão dos outros.' 

A raiva, ódio, rancor, agressividade, decepção são apenas sentimentos, e são necessários. Eles nos mostram que tem algo errado, que está nos incomodando. Assim como a febre e a dor, esses sentimentos nos guiam a perceber que algo está causando mal a você. E quão logo você perceba que está dominado por sentimentos negativos, use sua inteligência e suas práticas 'zen' para acalmar a mente, as emoções, e pedir orientação superior para como solucionar o problema. 




Meditação para o Bem Estar Geral ~ Abraham Hicks