16.6.16

Viver ou morrer - você decide!



Tenho pensado muito sobre a vida. Nasci filósofa naturalmente... estou sempre pensando na vida.

Conheci um rapaz que era apaixonado por uma amiga dele, e aparentemente a moça correspondia, mas nenhum dos dois falava nada. Eles se encontravam, conversavam, tinham momentos incríveis, e estavam sempre angustiados, na eminência de expressar o que sentiam um pelo outro... mas esse dia nunca acontecia. O medo da rejeição os impedia de se expressarem. Um dia a moça foi atropelada; morreu.

Uma antiga colega de trabalho era muito infeliz e se sentia insatisfeita com a profissão dela. Mas nunca teve coragem de trocar de emprego. Estava sempre preocupada com ganhar o dinheiro dela, e que naquele trabalho ganhava muito bem... mas ela estava miserável! Um ser amargo e infeliz, que até passou a beber quase diariamente para esquecer o desgosto da semana.

Eu sempre tive dificuldade de falar abertamente com minha família. Nunca tive abertura para expressar meus sentimentos. Fui muito reprimida e tolhida de todas as formas possíveis. Tinha medo de tudo, tinha medo de falar e ser rejeitada, reprimida novamente. E com isso, comecei a engolir sapos, e aceitar tratamentos e situações que me prejudicavam muito, porque não tinha voz para me defender.

O que todas essas histórias tem em comum? - Medo e sofrimento.

Quantas coisas na vida deixamos de fazer por medo? Quantas coisas aceitamos calados, sofrendo em silêncio, por causa do medo? Caminhamos na vida com medo, na defensiva, reagindo à vida ao invés de nos entregarmos à ela.

Não é fácil viver, mas uma coisa tenho aprendido: o pior sofrimento é o causado pelo medo! Ele nos impede de agir, nos impede de sermos felizes, nos impede de viver. Ele causa uma auto agressão imensa! Um bullying. Com certeza, se tratássemos alguém da mesma forma que tratamos a nós mesmos quando estamos com medo, seríamos processados por agressão e assédio emocional, moral, verbal.

Essa reflexão me faz lembrar dos ensinamentos dos mestres, anjos e guias: Não reaja à vida, pois assim estará sempre com medo, na defensiva, pronto para atacar, e sofrendo por antecipação. Esteja aberto ao que o dia lhe trouxer; veja que tudo é uma bênção. Caminhe na vida de coração aberto; cada dia sua aflição, nem antes nem depois. O que vier, deixe vir, e o que for embora, deixe ir.

Fale, sinta, ame, odeie, aja... não reaja. Afinal, no fim da vida, todos dizem que se arrependem das coisas não feitas, das palavras não ditas, dos amores não vividos.

Encerro essa reflexão com uma bela canção sobre o tema: Rust or gold

"... Ferrugem ou ouro, você decide
o que você vê, o que você segura
Deixe-o queimar aí em sua mão
Ou veja-o crescer, veja-o crescer

Deixe a vida vir encher seus pulmões
e doe-a até que ela se vá
 ou prenda-a e deixe-a morrer, deixe-a morrer, deixe-a morrer..."

  



 

14.6.16

Aprendendo a ajudar os outros sem se prejudicar


A compaixão é uma virtude necessária para o ser humano - sem ela a convivência em sociedade é impossível; não há como respeitar os outros sem se colocar no lugar do outro. Mas como se compadecer do outro sem sentir a dor dele? Sem mudar nosso padrão de pensamento e sentimento? É possível sentir pelo outro e ajudá-lo sem nos prejudicar?

Essa é uma questão que tenho enfrentado. No meu trabalho como professora ou canal de cura recebo muitas pessoas com problemas, ouço seus dramas, suas dificuldades, faço o possível para ajudar. Mas percebo que muitas vezes absorvo o problema do outro em minha vida, e fico com essa energia estagnada, que me preocupa e desequilibra. Com isso, comecei a me questionar "O que adianta eu ajudar os outros e me destruir no processo, e ficar tão desequilibrada que eu não consigo mais ajudar ninguém?"

Tenho buscado formas de não me envolver com os problemas dos outros durante as aulas e atendimentos, e até mesmo na vida pessoal. Tem sido um desafio. Busco inspiração nos mestres e escrituras sagradas... é sempre um conforto...



Descobri que o grande segredo - além de, é claro, fazer todo o ritual de purificação e limpeza energética - é voltar para o meu Coração. Inspire, expire... até acalmar... volte a atenção para dentro: quem está sendo arrastado pela emoção? Tento encontrar esse ser. Vejo as reações do meu corpo, minha mente. E apenas observo. Volto para meu Coração. Ter compaixão é agir com o coração, sem se desrespeitar. E nesse estado de equilíbrio e solidariedade, surgem as ideias e palavras para o auxílio necessário.

Na busca por essas respostas, encontrei um video do Abraham Hicks falando sobre raiva e como não ficar com raiva em situações de aparente injustiça. Nesse video, Abraham mostrava a importância de se manter focado na solução do problema, ao invés de se afundar na lama do problema em si. Problema e sua solução são duas vibrações diferentes, e que nunca se encontram. Por isso que pensamos uma semana em como solucionar um problema, e quando desistimos e estamos no terraço brincando com nosso filho, ou tomando um banho relaxante, temos aquele 'Aha!!' Quando relaxamos, mudamos de vibração, e a solução do problema chaga até nós, sem esforço.

Para ajudar o outro é preciso manter nossa vibração alta, e não tomar as dores do outro. Abraham conta a história de um salva-vidas com quem conversava, e o salva-vidas disse que às vezes precisamos deixa que a pessoa se afogue. Ele, sem concordar, pergunta: "Como ser salva-vidas e deixa alguém se afogar?" O salva-vidas respondeu: "Às vezes, a pessoa está tão desesperada que quando você tenta salvá-la, ela toma controle de você, e você começa a se afogar tentando salvá-la. Nesse caso, é aconselhável você deixar que ela se afogue sozinha, do que permitir que você se afogue com ela e não possa mais ajudar a ninguém."

A compaixão é sempre necessária, mas não podemos permitir que os outros nos afoguem junto com eles ao tentar ajudá-los. Essa foi minha lição, minha meta para manter sempre minha vibração alta, independentemente do que ocorra ao meu redor. Que eu possa focar na solução e trabalhar por ela.

   




3.6.16

Aprendendo a viver sozinho


 Sabemos que a vida é uma passagem solitária. Nascemos sós e morremos sós. Passamos pelos problemas sozinhos, por mais que tenhamos apoio de família e amigos, as experiências, decisões e consequências são nossas - ninguém pode viver ou entender o que vivemos. Essa é uma solidão que dói.

Ontem foi um dia difícil. Organizei um evento, me preparei por mais de um mês, criei atividades ótimas, pensei em cada coisa que ia dizer e mostrar, aluguei sala, decorei o espaço, fiz cartaz de propaganda, divulguei na cidade, no facebook. Mais de 2000 pessoas foram convidadas, e algumas confirmaram presença. Mas na hora do evento, lá estava eu sozinha no salão... sem aluno, sem público, sem ajudante, sem amigo, sem familiar. Ninguém compareceu. Fiquei sem reação, perdi o chão. E não sabia nem com quem conversar. Tive que chorar e me acalentar e reerguer sozinha.

Tenho prestado atenção nas relações entre as pessoas, as funções que cada uma delas tem em nossas vidas. De certa forma, todas as pessoas têm um papel encorajador e de suporte em algum momento, em alguma situação. Mas todas, TODAS elas - as mesmas que te ajudaram - vão te deixar na mão e te decepcionar em algum momento. Você também fará isso com os outros, não julgue a si mesmo ou os demais por isso; é inevitável.

Eu abandonei uma grande amiga porque houve um incidente entre a gente que eu não sabia como lidar. Recentemente, um dos meus melhores amigos há anos me excluiu e bloqueou da vida dele porque sua nova namorada tinha ciúmes de mim. Outro grande amigo me magoou essa semana, e ainda não conseguiu conversar comigo sobre o que houve. Minha mãe gosta mais da minha irmã, e trata ela como uma protegida, enquanto ela não se importa comigo nem um pouco - e ainda tem a capacidade de dizer que trata a gente do mesmo jeito. Eu cansei de sofrer com isso, então escolhi parar de falar com minha mãe.

As pessoas falham com e decepcionam umas as outras. E no fim do dia, a única pessoa que você tem certeza que estará com você, não importa o que aconteça, é você mesmo! Quem está aí com você na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até o fim dos tempos é VOCÊ! Então, levante da cama pela manhã com a certeza da sua presença em sua vida, olhe em seus olhos no espelho e faça um elogio a si mesmo. Se arrume, sinta-se bem e bonito no seu corpo: habite-o em cada célula. Vá para seu trabalho com orgulho, e tome cada decisão do seu dia com presença. Você é o Senhor da sua vida!

E quando algo muito ruim acontece, e seu coração está em pedaços, e você não tiver ninguém pra te consolar, se enrole em um edredom, tome seu chá ou chocolate quente, veja um filme ou escute uma música que ama - sozinho - e diga para você mesmo: "Estou aqui com você!"